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Yoga e Índia

    Nesta seção, separei alguns Textos, Vídeos, Artigos e outras mídias com informações sobre algumas pesquisas ou ilustrações sobre temáticas relacionadas à filosofia e prática do Yoga; bem como sobre o universo indiano. 

O Corpo do Yoga: As origens da Prática de Posturas Moderna

     Baseado em sua tese de Phd, o livro "Yoga Body: The Origins of Modern Posture Practice" de Mark Singleton, ainda sem tradução para o português, traz uma interessante investigação sobre as influências e primeiros desenvolvimentos do yoga contemporâneo conhecido internacionalmente, observando a curiosa transformação de uma perspectiva praticamente anti-āsana até o século XIX para uma prática quase exclusivamente baseada em āsana na metade do século XX. Os seus estudos revelaram um papel decisivo do movimento da cultura física internacional aliada a um nacionalismo hindu, resultando em uma reinvenção do Haṭha Yoga, atingindo um público preocupado com saúde holística, fitness, força e auto-melhoramento. Essas informações e tantas outras podem ser encontradas de uma maneira mais concisa no compreensivo ensaio "Mark Singleton's Yoga Body: The Origins of Modern Posture Practice - A Synopsis, Review and Personal Perspective", escrito por Estian Smit.

     Muitas vezes vemos no universo do Yoga discussões sobre qual linha/estilo é o mais antigo ou mais tradicional; sobre o que é mais "indiano" ou "original", com disputas sobre quais práticas poderiam verdadeiramente serem consideradas yoga ou não. Esse livro é importante para indicar que praticamente todos os estilos de yoga atuais, baseados em āsana em movimento, tiveram uma grande influência de práticas corporais já existentes no "ocidente", especialmente da ginástica (termo genérico para designar movimentos acrobáticos que combinam força, flexibilidade e equilíbrio). Isso não deve desmerecer ou apequenar a importância dos estilos de yoga que existem atualmente, nem retirar a importância histórica dos inúmeros estudos e práticas vinculadas ao termo yoga ao longo de milênios na Índia. Trata-se, todavia, de repensarmos ao menos duas questões: (i) defender uma posição mais "purista e/ou original" não é tão simples quanto supõem certas pretensões anacrônicas/a-ahistóricas, que tentam se auto-afirmar na autoridade de "textos e/ou práticas antigas", cuja história muitas vezes são desconhecidas ou idealizadas (para não dizer inventadas); (ii) defender um relativismo completo também é a-histórico, na medida em que desconsidera toda uma linha de desenvolvimento muito antiga de textos e práticas até os dias atuais.

      Assim, é importante permanecermos sempre abertos, curiosos e não-sectários, no intuito de melhor entendermos não somente a história do termo yoga, mas também as constantes mudanças e desenvolvimentos de novas práticas associadas a esse termo ao longo de toda a história, sendo, portanto, uma rica história de inovações e influências diversas. É impossível prever qual rumo essa história tomará a longo prazo. Porém, é conhecendo melhor o passado que podemos melhor caminhar para um futuro desejável a partir de uma melhor compreensão do nosso presente compartilhado.

O Tantrismo

       Para uma breve introdução a esse polêmico e sempre distorcido tema, recomendo uma curta entrevista com o prof. Dr. João Carlos Gonçalves (professor de sânscrito da USP) sobre o tema Tantra e Shivaismo da Caxemira: o Tantrismo nosso de cada dia. Seleciono um trecho: "Temos conhecimento histórico de textos que começaram a ser compostos ao redor do século V d.C, que se identificavam como tantra. A partir daí, muitas tradições se afiliam a esses textos, estabelecendo suas próprias doutrinas, práticas espirituais, rituais e corpos éticos. Portanto, há várias escolas de pensamento afiliadas a essa corrente que chamamos genericamente de tantrismo. (...) Se pudermos dizer que há algo em comum entre elas, é o fato de que elas entendem que materialidade e espiritualidade não são necessariamente opostos ou excludentes (...) “Compartilha desse mesmo objetivo: permitir que as pessoas adquiram, por meio de suas práticas, uma sabedoria tão grande e tão intensa que sejam capazes de sentir que sua existência está totalmente inserida no universo. E que, de fato, não há distinção entre a consciência do indivíduo e a universal. A consciência do indivíduo é apenas uma contração da consciência universal. Isso é um propósito extremamente integrador”.

      Se houver um maior interesse sobre o tantrismo, sua origem e correntes, recomendo, na língua portuguesa, a leitura da seção "III. Os transgressivos tantra" (pp. 73-169) da tese de Doutorado "Corpo e Consciência Jurídica: Autonomia e Reconhecimento do Outro em uma perspectiva não-dual", disponível na biblioteca da Faculdade de Direito da USP.      

Mahābhārata e Bhagavad Gītā

      Entrevista exibida no programa UNIVESP TV com o prof. da FFLCH/USP, João Carlos Barbosa Gonçalves explicando sobre o enorme épico Mahābhārata e uma destácavel parte dentro deste épico chamada Bhagavad Gītā, a qual influenciou diferentes tradições dentro do pensamento indiano. Vale a pena escutar. 

O reconhecimento como método deontológico e soteriológico no e além do Śivaismo da Caxemira

      Para quem sempre me pergunta o que eu estudo e como consigo fazer a ligação entre Shivaismo da Caxemira e Direito, aqui vai a minha apresentação durante a III Jornada de Filosofia Oriental da USP. É uma curta apresentação e, para quem se interessar, já pode encontrar minha tese de Doutorado disponível na Faculdade de Direito USP.

      Falei sobre "O reconhecimento como método deontológico e soteriológico no e além do Śivaismo da Caxemira." (a partir do minuto 37:22)

      As apresentações desta mesa inteira (com os excelentes professores João Gonçalves e Adriano Aprigliano), bem como toda a Jornada, estão disponíveis na internet e podem ser encontradas a partir do vídeo abaixo. Vale a pena conferir. 

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